Um livro pode ser lançado várias ocasiões, cada vez a um novo público
O primeiro lançamento de 'Para onde atrai o azul' foi na Casa das Rosas, no dia 31.08.2022. Conversei com Simone AZ, autora de "beijo de língua no espelho', também pela editora Quelônio, e com Bruno Zeni, meu editor.
Um mês antes, eu havia estado lá como mediadora de uma mesa com Bruno Honorato e Anderson Estevan sobre o papel do CLIPE, curso de preparação de escritores, na formação de novos autores.
As perguntas do pequeno público foram instigantes:
Me perguntaram sobre as barras que uso nos textos e eu tive a oportunidade de explicar um pouco sobre como as entendo: como sinais de aproximação de sentidos. Por exemplo, no trecho "A similitude maripôsica. Os olhos. Sempre / os olhos muito abertos / as asas.", relaciono olhos com asas, ambos muito abertos. (Muitas mariposas têm desenhos nas asas que parecem olhos.) O desejo no olhar se manifesta como um desejo de asas, olhos curiosos que demonstram vontade de liberdade. Além disso, esse expediente aproxima meu texto da poesia, por ser menos cerebral, dizendo sem dizer, apenas associando palavras cujos significados remetem a outros.
E também comentaram que minha literatura, em oposição à minha personalidade e comportamento, é extremamente triste. Deixaram-me um convite para um livro mais solar, até engraçado, o que certamente experimentarei! A literatura comporta todo tipo de humor e certamente será um prazer explorar algo diferente, no momento adequado.
O segundo lançamento aconteceu no dia seguinte, mas em outra cidade: São Luís do Paraitinga, durante a FLIMA. Dessa vez, tive o prazer de conversar com meu querido amigo e talentoso escritor Leonardo Piana, autor de Sismógrafo. Falamos sobre nossa criação e assinamos alguns livros. Foi um fim de semana delicioso!
O lançamento que trouxe muitos amigos aconteceu no meu aniversário de 31 anos, na Livraria da Tarde, no bairro de Pinheiros. Convidei o Cristhiano Aguiar, autor de Gótico Nordestino, para conversar comigo. Não lembro de nada dessa conversa, pois estava tomada de emoção, eufórica e arrebatada. Só lembro dos rostos queridos ao redor da mesa, as flores-presentes, a concretização de um dia que desejei tanto.
Por último, fiz minha primeira participação na FLIP, ou melhor, na programação paralela (que, particularmente, em geral considero mais interessante). Com o Paulo Vicente Cruz, colega da editora Quelônio, falamos no FLIPEI, antigo barco pirata, neste ano uma tenda pirata, rs.
Mal posso esperar por novos lançamentos, deste Azul e dos próximos livros que escreverei.
Obrigada,
Jessica Cardin
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